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Matemática e Arte: trajetos de uma poética no ensino e na aprendizagem

Bernardo é quase árvore.

Silêncio dele é tão alto

que os passarinhos ouvem de longe

E vêm pousar em seu ombro.

Seu olho renova as tardes.

Guarda num velho baú

seus instrumentos de trabalho:

1 abridor de amanhecer

1 prego que farfalha

1 encolhedor de rios - e

1 esticador de horizontes

(Bernardo consegue esticar o horizonte usando três

fios de teias de aranha. A coisa fica bem esticada.)

Bernardo desregula a natureza:

Seu olho aumenta o poente.

(Pode um homem enriquecer a natureza com a sua incompletude?)

Manoel de Barros

    Imaginemos que Bernardo seja um professor de matemática e ser quase árvore permite a Bernardo entender que o silêncio dos seus alunos diz muita coisa, que pode agasalhá-los com paciência e bondade sob seus galhos e sabe que como passarinhos virão pousar em seu ombro. Bernardo com seu olhar atento e interessado renova as tardes e inspira seus alunos. Guarda num velho baú seus instrumentos de trabalho: um abridor de amanhecer que usa para colorir a imaginação dos alunos com suas aulas cheias de atividades interessantes; um prego de farfalha que usa para propor jogos divertidos; um encolhedor de rios que usa para mostrar que cálculos podem divertir e um esticador de horizontes que ganhou de presente de seus alunos, e guarda com muito carinho, e usa todas as vezes que deseja ter uma nova ideia para suas aulas. Ele sabe usar o esticador com muita eficiência. Bernardo desregulou a natureza quando decidiu inovar suas aulas e começou a usar obras de arte para ensinar matemática para seus alunos. Com seu olhar interdisciplinar, Bernardo aumenta o poente dos seus alunos, com sua incompletude e seu modo inovador de ensinar enriquece a vida dos seus alunos e sua formação acadêmica.

    Percebe-se que Bernardo é um professor diferente, gosta de sonhar, está aberto ao novo, não teme mudanças e está sempre fora de sua zona de conforto.  Bernardo é um professor “fora da caixa”.

Assim como o professor imaginário Bernardo (e a professora imaginária Bianca) existem muitos professores e professoras de matemática que são encantadores de alunos: professores e professoras fora da caixa. E o que faz um professor ser assim? A vontade de inovar, a abertura para novas ideias, métodos, técnicas e temas e muita motivação. É preciso apenas querer sê-lo!

    Neste site você encontrará os sonhos, as criações, os atravessamentos e vivências de vários Bernardos e várias Biancas que inspiraram e colaboraram na tessitura da teia de Devires metodológicos e de práticas inovadoras para promover um diálogo interdisciplinar entre a Matemática e a Arte. A proposta foi inspirada metodologia STEAM  (Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics), que é uma tendência mundial de ensino que surge em contraponto às metodologias tradicionais, propondo ambientes de aprendizagem mais criativos e inventivos que estimulem o protagonismo dos estudantes na construção de conhecimentos através de atividades que envolvam ações multidisciplinares. 

    Aqui você encontrará o planejamento das ações que chamamos de Guias e vários produtos criativos dos alunos e professores que participaram do processo: inventários, glossários, cartografias, infográficos, livros-objetos e muitos outros...

    Desejamos que você se inspire no Bernardo (ou na Bianca) é libere a sua criatividade e o seu protagonismo.

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